Violência que chocou a capital: Em caso de duplo feminicídio, peritos papiloscopistas identificam as vítimas com agilidade
Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, e sua filha Sophie Eugênia, de apenas 10 meses, foram mortas com golpes de mata-leão por João Augusto Borges, de 21 anos, na tarde da segunda-feira (26), no bairro Jardim São Conrado. Em uma atuação marcada pela agilidade e precisão técnica, peritos oficiais forenses papiloscopistas do Estado de MS foram acionados a fim de proceder a identificação dos corpos em um caso de violência que chocou a capital, Campo Grande.
Por volta das 23h de segunda-feira, equipes da Polícia Militar foram acionadas após denúncias de um incêndio em área de vegetação na Rua Desembargador Ernesto Borges. No local, encontraram os corpos das vítimas em chamas. O Corpo de Bombeiros foi acionado para controlar o fogo. Os corpos estavam em uma área isolada no fim de uma rua sem saída.
O chamado ocorreu ainda durante a madrugada, por meio de requisição da autoridade policial, e a equipe forense da Polícia Civil prontamente deu início aos trabalhos de identificação necropapiloscópica, um processo realizado por meio da análise das papilas dérmicas.
Apesar do avançado estado de carbonização, o perito papiloscopista conduziu manobras específicas para tratamento e possível coleta das impressões digitais, envolvendo análise minuciosa do tecido, técnicas de entintamento, coleta das digitais e inserção das amostras no sistema automatizado de identificação. A tecnologia, no entanto, é apenas uma das etapas do processo. Os dados obtidos geram uma lista de possíveis candidatos, que passa por uma análise criteriosa conduzida pelo perito, responsável por confirmar a identidade das vítimas.
Casos com corpos carbonizados representam um desafio técnico considerável, uma vez que o calor extremo compromete severamente as camadas dérmicas essenciais à identificação digital. No entanto, com empenho e conhecimento técnico científico, os profissionais conseguem aplicar métodos avançados e o uso de reagentes específicos que viabilizam o processo, mesmo em cenários adversos.
Em contato com uma fonte ligada à categoria, esta disse que, mais do que um exercício técnico, o trabalho dos peritos papiloscopistas carrega um compromisso social. Cada identificação representa uma resposta aos familiares, um alívio diante da dor da perda e um passo essencial para a elucidação de crimes. Essa mesma fonte disse que eles são profissionais silenciosos, mas fundamentais, que procuram honrar sua missão com compromisso e humanidade.